A dona de casa Iara da Silva Xavier, 59 anos, recebeu o fígado de um jovem de 21 anos que morreu em um acidente de carro. Ela ficou cerca de 11 meses na lista de espera para receber o órgão.
Atualmente, cem pessoas, do Rio Grande do Sul e de outras regiões do Brasil, aguardam na fila da Santa Casa, na capital, por um transplante de fígado.
A dona de casa Iara da Silva Xavier, 59 anos, não se continha em expressar tamanha felicidade. “Agora é vida nova”, afirmou ontem, cinco dias após receber o fígado de um jovem de 21 anos, morto em acidente de carro.
Iara, que ainda está internada na UTI – mas passa bem, ficou cerca de 11 meses na lista de espera até receber um órgão no Hospital Dom Vicente Scherer, que fica no Complexo Santa Casa. Este foi o transplante de fígado de número 300 na Santa Casa.
Atualmente, cem pessoas, do Estado e de outras regiões do Brasil, aguardam um transplante de fígado na Santa Casa.
O chefe da equipe de transplantes hepáticos, Guido Cantisani, diz que o critério para a escolha do receptor é cronológico. Entretanto, em alguns casos, o critério de gravidade da doença pode ser usado. Há, ainda, um movimento para que sejam modificados os critérios na definição do receptor.
Em 2001, foram registrados 72 casos de transplantes de fígado no hospital, numa média de seis por mês. Neste ano, já foram realizados 58, com a média mensal de 6,44 casos.
VIVOS – A Santa Casa espera diminuir em 15% o número de pacientes na fila de espera com o transplante entre vivos – quando um parente de grau primário doa metade do seu órgão para o transplantado. A segunda experiência bem-sucedida deste tipo de operação no RS foi realizada na sexta-feira.
Uma mulher, de 37 anos, doou parte do seu fígado para a mãe, de 66. Há 11 anos, Marilene da Rosa foi a primeira a receber um fígado no RS. Três anos depois, ela tornou-se mãe. (PP)
Fonte: O Sul – 10 de outubro de 2002
